segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

As 3 instâncias de Personalidade segundo Freud

ID: é o 1º elemento. É inato, o que significa que a energia psíquica deriva apenas de tendências instintivas de natureza biológica que visam a satisfação imediata na busca exclusiva do prazer A busca egocêntrica de prazer leva a constantes frustrações e conflitos dado que, no mundo real, não existem condições que permitam que o objecto necessário esteja disponível sempre que o individuo o procura.


EGO: Tem por função orientar as pulsões de acordo com as exigências da realidade, de modo a tornar possível a adaptação do indivíduo ao mundo externo. No seu papel de árbitro na luta entre as pulsões inatas e o meio, o ego, conta com a ajuda de um conjunto de mecanismos de defesa que se vão formando e exercem um controlo inconsciente sobre as pulsões que ameaçam o equilíbrio psíquico do individuo. Estes mecanismos de defesa devolvem ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes.


SUPEREGO: Se considerássemos a criança apenas em termos de id e ego, poderíamos dizer que ela seria perfeitamente amoral. O desenvolvimento do sentido de moralidade só é possível quando ser forma uma outra instância do aparelho psíquico: o superego. Este controlo imposto a partir do exterior tende, pouco a pouco, a ser interiorizado e, por volta dos sete anos, o superego é já uma instância interna que, segundo Freud, actua de modo automático e espontâneo. O superego representa um conjunto de valores nucleares como: honestidade, sentido de dever, obrigações, sentido de responsabilidade e outros. A constituição e a manifestação do superego não eliminam a actuação do id, que se mantém activo ao longo da vida. Toda a teoria freudiana se desenvolve à roda de conceitos de energia sexual ou libido.


Exemplo no dia dia da figura do:

Id

Um bebê com fome chorou até que ele foi alimentado.

Ego

Maria realmente queria usar o colar de sua mãe, mas sabia que sua mãe ficaria com raiva se ela pegasse sem pedir, então ela perguntou à mãe se poderia usá-lo.

Superego

O caixa só cobrou do casal por uma refeição, apesar de eles terem comido duas. Eles poderiam ter ido embora apenas pagando por uma, mas eles apontaram o erro do caixa e se ofereceram para pagar por ambas as refeições. Eles queriam ser honestos e sabiam que o dono do restaurante e os funcionários precisariam do dinheiro para ganhar a vida.

Personalidade

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.[1] A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não o conceito científico aqui tratado.

Temperamento: base constitucional

Quando falamos de temperamento, nos referimos àquela parte inata da nossa personalidade que é determinada por nossa herança genética. Por isso, é considerada a dimensão biológica e instintiva da personalidade. De fato, o temperamento é primeiro fator da personalidade a se manifestar.

Nos bebês já é possível distinguir diferentes tipos de temperamento. Assim, dependendo de sua tendência para sentir e manifestar emoções positivas ou negativas e um bom ou mau humor, é possível considerá-las crianças “mais fáceis” ou “difíceis” em termos comportamentais.

Por ser de origem genética e fruto da constituição hereditária, o temperamento dificilmente pode ser modificado, manipulado ou trocado pelas circunstâncias. Sempre, de alguma forma, existirá essa tendência; embora não seja menos verdade que possamos usar recursos para aumentar ou inibir sua manifestação. Se fôssemos um iceberg, o temperamento faria sempre parte da porção submersa, podendo exercer algum controle para modificar a forma como se manifesta na porção descoberta.

Hipócrates e Galeno: os humores

A teoria dos quatro humores, enunciada por Hipócrates na Grécia Antiga, foi uma das primeiras que tentaram explicar o temperamento. Este médico considerava que tanto a personalidade quanto o estado de saúde da pessoa dependiam do equilíbrio entre quatro tipos de substâncias: bílis amarela, bílis negra, fleuma e sangue. Ele os chamou de humores corporais.

Séculos mais tarde, Galeno de Pérgamo, tomando como referência esta classificação hipocrática, categorizou as pessoas de acordo com seus temperamentos. Com eles, ele distinguiu quatro tipos de pessoas:

  • Colérico (bílis amarela): pessoas apaixonadas e enérgicas, que se irritam com facilidade.

  • Melancólico (bílis negra): indivíduos tristes, fáceis de comover e com grande sensibilidade artística.

  • Fleumático (fleuma): sujeitos frios e racionais.

  • Sanguíneo (sangue): pessoas alegres e otimistas, que expressam carinho pelos demais e se mostram seguras de si mesmas.

Caráter: o reflexo de nossas experiências

É o componente da personalidade que engloba o temperamento (constituição hereditária) e o conjunto de hábitos educacionais e relacionais aprendidos pela pessoa. Ou seja, é um aspecto tanto inato quanto adquirido.

O caráter é a parte de nós que é determinada pelo ambiente.

Além disso, é consequência das experiências e interações sociais que vamos tendo em nossa vida e das quais obtemos algum aprendizado. Assim, todos esses hábitos influenciam nosso temperamento e nossas predisposições biológicas. E vão mudando, variando, refinando e moldando nossa personalidade. Portanto, a origem do caráter é cultural.

É menos estável do que o temperamento. O caráter, por não ser hereditário, não se manifesta totalmente nas fases iniciais do desenvolvimento evolutivo. Ele vai passando por diferentes etapas, até alcançar sua expressão máxima na adolescência. Portanto, ele pode ser modificado e é suscetível de ser alterado; por exemplo, através da educação social. Hoje em dia, este termo é bastante confundido com o da personalidade, de forma que frequentemente são usados sem distinção.